7 de março de 2011

O Coração de um Retro-gamer



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Saudações caros leitores deste humilde blog, começo outro texto aqui no Memórias de um Lobo de Madeira, e se tudo ocorrer bem, ele vai sair no mesmo dia que o rascunho do mesmo foi gerado (06 de Fevereiro de 2011).

Enquanto a inspiração para o próximo review não vem (e olha que já fiz a parte mais chata que é tirar as imagens, tem 465 imagens ao todo do jogo), decidi fazer outro texto expressivo como o do Amor incondicional por Final Fantasy VI, onde falarei sobre o psicológico, os sentimentos, a paixão de um retro-gamer e a sua apegação com o passado, aquilo que não é mais produzido, já foi esquecido por muitos e que tudo o que sobrou com relação a este passado é apenas uma nostalgia de algo ultrapassado, já que o presente são os gráficos em 666 bits e processamento ultra-mega-heavy-metal core.

Afinal, o que forma um coração de um retro-gamer? É um coração de um fracassado solteiro que já desistiu das mulheres (e ao invés de mudar de lado, resolveu apelar para a nerdisse)? É um coração que apegado fortemente ao passado? É um coração que prefere a simplicidade? Na verdade, tudo isso varia, depende de pessoa para pessoa. O retro-gamer é aquele cara que se importa com as coisas, mesmo sendo algo dado há dias ou há anos, que tem interesse no surgimento das coisas, além de ser um filósofo nato.

NES

Nunca conheci nenhum retro-gamer que gostasse dessas porcariazinhas de hoje em dia (alá Juzti Beba ou Leide Gahgah), mas também nunca conheci nenhum retro-gamer que não gostasse de rock clássico como Beatles ou Jimi Hendrix, ou seja, o retro não é o somente no jogos, mas também na música.

Claro que os retro-gamers não são fechados totalmente ao mundo antigo, mundo retro, por serem filósofos, os retro-gamers têm interesse e também se utilizam das coisas do mundo atual, das novas tecnologias e tendências, mas analisam sempre de uma forma crítica, e não deixam se levar totalmente pelas novidades (coisas como sempre querer ter o que lançou, o que é novo, para não ser alguém ultrapassado, na verdade, o retro-gamer está pouco se fudendo pra isso).

Retro

Os retro-gamers são aqueles que não são ignorantes por serem filósofos, são aqueles que não tem medo de dizer o que sentem, o que pensam e o que acham que é mais correto, eles não têm nó na garganta. São aqueles que se fossem diplomatas, poderiam fazer grandes negociações e evitar que guerras inúteis fossem feitas, mas por que tudo isso? Porque eles valorizam as coisas, logo, sabem do valor da vida humana.

Tudo isso pode soar um pouco exagerado, mas tenho que certeza que todo retro-gamer que ler isso vai compreender o que digo, que o fato do mesmo ser um retro-gamer significa que valorizam aquilo que já foi esquecido, indiferente de serem concretas ou abstratas.

Claro que este ciclo não está fechado aos retro-gamers, colecionadores de antiguidades, saudosistas e outros grupos de pessoas estão inseridas neste meio, são todos aqueles que de alguma forma consideram tudo aquilo que têm, e não pensam em desfazer delas, somente de for realmente necessário, ainda que com muita dor no peito ou fazendo o possível para evitar.

Relógio Antigo

Os retro-gamers têm sentimentos, e deixam claro isso, são eles que confessam que choraram no final de algum filme, se algo foi realmente comovente ou não, são eles também que valorizam os sentimentos dos outros, que fazem o que for necessário para que as pessoas não sofram por causa de suas atitudes.

Isso não significa que os retro-gamers são seres superiores ou perfeitos, eles estão longe disso, como dizia Aristóteles, os acidentes não modificam a essência do ser, e cada retro-gamer tem os seus acidentes. O fato deles preservarem o passado pode ser interpretado como bom ou como ruim, por serem apegados, podem trazer diversos problemas caso não seja algo controlado, mas também podem desenvolver um conhecimento incrível, existem suas diversas variações, depende de pessoa para pessoa.

Calvin & Haroldo

O fato de alguns serem retro-gamers (saudosistas ou conhecedores em geral de coisas antigas, como foi dito alguns parágrafos acima) pode trazer bons frutos, pois, por exemplo, quando se toca neste assunto com alguém "não retro-gamer", faz com que a pessoa se lembre de sua infância, e as lembranças da infância são as melhores e as mais tocantes (lembrando que toda regra tem suas exceções), o fato da pessoa ser "especializada" no que é antigo, ou seja, daquilo que pode ter marcado a infância de muita gente, faz com que a pessoa com quem se converse relembre as boas lembranças adormecidas da infância, fazendo com que você se torne uma pessoa importante para ele (por ter feito lembrar disso, fazê-la esquecer um pouco da rotina corrida da atualidade), muito louco essa parada, né? As vezes acho que acabo exagerando um pouco, mas enfim, foi só um exemplo bem avoado mesmo.

Com isso tudo, podemos concluir que por mais que o retro-gamer seja claramente alguém normal, com suas qualidades e seus defeitos, ele tem uma essência, algo abstrato, algo que faz com que seu apego por aquilo que já é considerado ultrapassado seja grandioso, que as coisas se tornem importantes, sejam concretas ou abstratas, não que isso seja algo bom ou ruim, podem ser as duas coisas, mas uma coisa é certa: o retro-gamer é alguém especial, sem dúvidas.

Até mais,
Wolfwood


14 comentários:

  1. Belo texto, Lobim!! Atualmente grande parte dos jogos me dão a sensação de que são "descartáveis". E realmente são tratados assim pelas companhias e por muitos gamers. Exemplo disso são trossentas versões do mesmo jogo sendo lançados em intervalos tão curtos. Outro ponto importante que você citou são as "inovações" nos jogos de hoje, vistos como coisas geniais mas já víamos o conceito a muito tempo na era 8 e 16 bits. Me vem a cabeça agora o Spore e E.V.O para Snes :D.
    Parabéns pelo artigo.
    Grande abraço!!

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  2. Cara, um texto lindo e me indentifiquei muito com tudo o que relatou.
    Muitos dos meus amigos dizem isso a mim" Tipo, cara, você ainda lembra disso"

    Parabens vei, excelent post :D

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  3. Eduardo Shiroma3/08/2011 2:13 AM

    É isso aí, Wolfwood! Curioso ver esse texto escrito por você, que valoriza o passado e tem apenas 15 anos. Imagino o quão saudosista você será quando chegar aos 60!
    Também é curioso ver que os retro gamers de hoje nem são tão "velhos" (a maioria dos que eu conheço estão na faixa de 20 a 35 anos; eu mesmo tenho 26). Talvez esse "rápido envelhecimento" seja resultado do avanço tecnológico, já que se fomos pensar, por exemplo, sobre a evolução dos jogos eletrônicos, veremos que em apenas 40 anos ocorreu um salto enorme em inúmeros aspectos, como gráficos, jogabilidade, música, etc. Quarenta anos nem são tanto tempo assim, são?

    Interessante os aspectos que você abordou. Nunca havia pensado dessa maneira: fazer bem aos outros ao fazê-las rememorar o passado. Bem, assim sendo, acho que posso me considerar mais amigo do que acreditava ser!

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  4. Todo esse pensamento foi fruto de uma filosofia incessante em plena às 22h da noite.

    Sei que exagerei em alguns pontos, mas fiz o possível para mostrar o diferencial das pessoas que gostam daquilo que já é considerado ultrapassado.

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  5. Você tem 15 anos?
    É o mais retrô do Brasil... eu tenho 21 e me acho muito retrogamer... Arrasô!
    ...
    Gostei muito do texto, todo retrogamer tem um sentimento diferente das outras pessoas... principalmente com suas nerdices como filmes, jogos e desenhos animados.
    ...
    Fora o negócio dos Beatles ou Jimi Hendrix, adorei o texto, parabéns!

    Eu A-D-O-R-O Lady Gaga!
    E pelos motivos certos!

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  6. Muito foda teu texto Wolfwood, tenho 30 anos e jogo muito mais coisas retrôs do que meu X360 aqui.

    Concordo com muita coisa que você disse, principalmente com o fato de que retro-gamers acabam gostando de tudo que é velho, não apenas games. Eu aprecio a música velha, e eu falo de 1940, 1950 e até antes disso.

    Engraçado como muitos podem ver (e vêem) tudo isso como um saudosismo tolo, uma nostalgia inútil que não leva à nada, à não ser ficar preso no passado.

    Mas, se o futuro nos reserva coisas como Lady Gaga e Justin Bieber, eu fico mais do que contente de ouvir um Jimmy Hendrix, um Beach Boys enquanto jogo Nintendinho ou Master System.

    Ser retrogamer de coração é uma filosofia de vida.

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  7. Boa noite, Mateus! Também apreciei muito esse teu mais recente post. Você faz parte da Teg Brasil? Sou teu seguidor no Twitter mas não consigo me lembrar por que...rsrsrsrs. Mas não importa, há tempos venho curtindo seus tweets e agora também seus posts. Fiquei até inspirado e vou postar algo sobre o tema no meu blog também. Mais de ano que eu não posto, é um bom tema pra voltar. Abraço aí!

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  8. GLStoque: Bom, sempre existem exceções, né? Não tem como ser genérico sempre. XD

    Cosmão: Salve Cosmão! Pensamos de mesma forma: prefiro muito mais apreciar o que é bom e ser julgado de ultrapassado do que ser um cara ignorante que gosta dessas porcarias de hoje em dia.

    Capitão Codex: Então, não faço parte da TEG Brasil (desconfio que o grupo já não existe mais atualmente, mas é só uma desconfiança), mas sim parte do grupo Monkeys Traduções (grupo ROMHacker, embora a TEG Brasil também fosse um outro grupo, ela era mais voltada aos hacks de International Superstar Soccer Deluxe de SNES). Agora por que você me segue? Bem, se eu soubesse o motivo do porque cada um me segue eu ficaria bastante feliz, mas há três possibilidades: 1- Tu me segues por postar coisas de jogos retro; 2- Tu me segues por fazer parte de um grupo ROMHacker e sempre postar novidades relacionadas a ROMHack e emulação em geral; 3- Tu me segues porque acompanha o grupo N Party (http://www.nparty.com.br/), onde participo de eventos, etc. Agora o motivo concreto, apenas você pode saber.

    Abraços!

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  9. Olá, nobre Lobinho endiabrado! Acho que sua desconfiança está certa, pois não achei nenhum rastro deles por aí. O grupo Monkeys trabalha com que tipo de traduções? Vocês tem um blog?
    Quanto a te seguir... inacreditável, mas você errou as três... rsrsrsrs. (1)Eu gosto de coisas de jogos retro, mas não posto nada a respeito. Aliás, eu não posto nada há muito tempo. Se bem que seu texto me inspirou e eu acabei criando uma espécia de 'réplica' no meu blog (http://capitaocodex.blogspot.com/2011/03/um-retro-gamer-pode-gostar-de-plants-vs.html)
    (2)Eu tenho dificuldades até mesmo pra INSTALAR um hack, quanto mais criar um... hehehe
    (3) Só depois que você postou o comentário é que fiquei conhecendo o site do grupo N Party.
    Acho que, no fim das contas, eu te sigo é por "afinidade ideológica" mesmo...rsrsrs
    Abração aí! Suce$$o pra você!!!!

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  10. Capitão Codex: Acho que me expressei um pouco errado pois não utilizei a primeira pessoa quando se referia a mim como "Tu me segues por postar coisas de jogos retro", na verdade, estava querendo dizer que você me seguia porque EU postava, enfim, foi a pressa costumeira.

    Sobre a sua pergunta da Monkeys Traduções, nós trabalhamos com todo tipo de tradução de jogos e ROMHack, de todos os sistemas e de todas as gerações, não fazemos distinção quanto a isso. Sobre o blog, temos um Portal e participamos do FUT (Fórum Unificado de ROMHacking e Tradução).
    Portal da Monkeys: http://www.monkeystraducoes.com/
    FUT: http://www.romhacking.trd.br/index.php

    Abraços!

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  11. Obrigado pelos esclarecimentos. Ah, e finda a ambiguidade, entendi o quiseste dizer. Você acertou de primeira então uai. rsrsrs
    Boa sorte com FF6 que salva.
    Valeu!

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  12. Eu marquei para ler esse texto há dias, mas só hoje consegui, rs...

    Ficou ótimo o texto, Lobim, mandou bem!

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  13. Pois é Thaler, você acabou de condenar um futuro texto meu "O que a Old Gen tem de especial". Eu iria abordar algo bem semelhante a este excelente texto.

    Nós retrogamers temos acima de tudo, muita complacência com bens materiais. E este sentimento de conservação também poderá ser retransmitido para as pessoas. Nós acabamos nos tornando mestres de nosso próprio conhecimento, que é quando dominamos a situação por mais desagradável que possa parecer, digo isso tanto se tratando de games, como na vida real; nos passamos a entendê-los e dominá-los.

    Praticamente todos os pontos feitos por você foram válidos, logo, não há nada para criticar e estender o meu post. :)

    Belo e breve texto, meus parabéns.

    Abraço.

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  14. Opa, elogios são sempre bem-vindos, uma pena que já tenha feito um texto sobre um assunto que você abordaria, mas ainda acho que seria interessantíssimo ouvir uma versão de outra pessoa sobre o assunto.

    Um abraço!

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