4 de junho de 2011

Trigeza Cronada desafia Vossa Senhoria, Criador e Nosso Deus



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Saudações caros leitores deste humilde blog, através desta postagem com nome estranho venho fazer um post que a muito queria fazer, trata-se da comparação dos jogos Final Fantasy VI (Vossa Senhoria, aquele que cativa vossos corações) e Chrono Trigger (aquele que todos babam quando jogam, obviamente, sem conhecer Vossa Senhoria, ou àqueles que conhecem, não compreenderam o real sentido ideológico do jogo).

Fiz uma pequena citação, e falei pouco a respeito disso no post em que falo sobre meu amor incondicional por nosso Deus Final Fantasy VI, hoje venho falar de forma mais aprofundada sobre este tópico um tanto quanto interessada.

Claro que se você for mais um daqueles babões por Trigeza Cronada, ao terminar de ler este post tudo o que vai querer na sua vida é encontrar um Death Note, descobrir meu nome completo e saber as formas de meu rosto, ou simplesmente saber o meu paradeiro e vir até aqui me assassinar a sangue frio.

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Deixo claro que odeio fazer comparações, mas quando se fala de Final Fantasy VI, ocorre um frenesi onde o poder supremo toma conta e transformo-me em um advogado do divino. Essa batalha já tem sido tão duradoura e sanguinária quanto a luta do Super Nintendo Entertainment System e Sega Mega Drive, que atravessou gerações, onde a minha presença é totalmente necessária.

Aviso antes de mais nada, que é recomendável que você só leia este artigo se tiver terminado de jogar AMBOS os jogos, ter terminado só o Chrono Trigger ou só o Final Fantasy VI, ou nenhum dos dois (principalmente), não rola, queremos pessoas com bons argumentos por aqui.

Enfim...



Quando digo que quem prefere Chrono Trigger a Final Fantasy VI (claro que me refiro àqueles que jogaram e TERMINARAM ambos os jogos, muita gente joga facas e aponta para Vossa Senhoria sem ao menos tê-la desbravada totalmente) é porque não entende a complexidade existente em Final Fantasy VI, não falo brincando. Abaixo seguem boa parte de meus argumentos do por que que falo isso tão veementemente. Claro que nem sempre as pessoas preferem coisas mais complexas, existem pessoas que preferem jogar video game para esfriar a cabeça e garanto que Final Fantasy VI deixam as pessoas mais pensativas, o que pode não ser um fato agradável para quem realmente não quer ficar de cabeça quente.

A real necessidade de continuações

Mesmo após o término do jogo, ainda existem muitas perguntas que não foram respondidas, muitos "quês" no ar, sendo que boa parte dessas perguntas só podem ser respondidas em documentos oficiais escritos somente em japonês pela Squaresoft, como a infância de Kefka Palazzo, a relação entre Kefka e Celes Chere e a mentalidade de Kefka. O que também possibilita perfeitamente a criação de uma continuação que a Squaresoft decidiu não fazer (ora agradeço, ora condeno a empresa por tal).

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Já em Chrono Trigger, embora tenha duas continuações oficiais (Radical Dreamers e Chrono Cross), não há motivo da existência das mesmas, quem jogou Chrono Trigger sabe que a história começa, desenrola e termina ali, e acabou, nem as histórias das próprias personagens (com exceção de Magus) foram bem exploradas (algo que em Final Fantasy VI ocorre de forma impecável).

Complexidade inicial

A complexidade de Final Fantasy VI pode ser para muitos a coisa mais cansativa do jogo, já que o jogo já começa lhe tacando muita história e as pessoas se sentem perdido em meio a tanta informação (começa falando de Guerra dos Magi, Império, Espers, ambição dos seres humanos, Destruição do mundo, Returners, etc), sem contar que já começa com um clima meio sombrio (alguém aí falou da abertura?), numa cidade onde não há ninguém e só aparecem soldados querendo lhe enfrentar. A história começa ter algum sentido quando se chega no Castelo de Fígaro, onde o clima fica, mesmo que por pouco tempo, um pouco mais agradável.

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Com relação a isso, Chrono Trigger é bem mais legal com o jogador, o jogo começa em festa, com uma história bem tranquila (o mais complexo de Chrono Trigger é entender os motivos de Lavos na destruição do mundo e de como acontecem as viagens no tempo, e só) e com tudo bem amigável, o jogador se sente mais confortável neste meio. Não que isso seja um ponto positivo, mas sim que faz com que o jogador não crie tantas perguntas quanto em Final Fantasy VI, agora se é bom ou ruim, depende de cada um, o fato de ter mais perguntas pode fazer com que o jogador sinta mais vontade de jogar a fim de procurar respostas ou de fazer ele desistir porque achou o jogo muito confuso.

Protagonista(s)

Em Chrono Trigger, o protagonista é mudo, e mora em uma casa alá Pokémon (Seu quarto e Cozinha. Conclusão: Sua mãe dorme na cozinha). Particularmente, odeio protagonistas mudos, talvez esse seja um dos principais motivos que não me inspiraram a zerar algum jogo da série The Legend of Zelda. História? Que nada, ele não tem, mais uma semelhança com Pokémon: a única história a respeito do personagem é que ele mora com sua mãe numa cidadezinha.

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Agora em Final Fantasy VI, para começar, não há protagonista, há quem diga que seja a Terra (ou Tina no Japão), mas se ela fosse tão importante assim, você precisaria terminá-la com ela no seu time, certo? Mas isso nem sequer é preciso, ela não está dentre os três personagens obrigatórios para a batalha final (Celes, Edgar e Setzer). Ao todo, são DOZE Protagonistas (Os catorze personagens fixos na sua equipe, com exceção de Umaro e Gogo, que são mudos), todos eles com carisma - se ser mudo é ser carismático isso convém de cada um - e personalidades próprias. Histórias? Sim, CADA UM deles tem as suas, algumas mais aprofundadas e outras não são muito exploradas, até porque, ter doze histórias paralelas aprofundadas mais a história do jogo iria ser coisa demais.

Sistema de Batalha

Em Final Fantasy VI é mais desgastante, já que ele utiliza o mesmo método utilizado por vários RPGs, que é aquele em que monstros podem aparecer aleatoriamente em calabouços e espaços determinados (até porque, entrar em uma batalha com um monstro dentro de uma casa em uma vila tranquila seria no mínimo bizarro), porém, pela riqueza de formas de ataque (Golpe Físico, Magia, Habilidades especiais de cada personagens, utilização de itens, invocação de Espers, etc), é possível criar inúmeras estratégias, ainda mais quando se está próximo ao fim do jogo. Trata-se daquele sistema onde você DEVE saber que o menor espaço entre dois pontos é uma linha reta, a menos que você queira deixar seus personagens fortes.

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Em Chrono Trigger, é utilizado um sistema de luta mais inovador e mais dinâmico, onde os personagens interagem com o cenário, e dependendo da posição dos inimigos, um mesmo ataque pode afetar mais de um inimigo (o que pode tornar a luta um tanto quanto mais fácil), além de haver golpes em que os personagens podem unir suas forças num único ataque (ataques duplos e triplos). Porém, a riqueza de estratégias que podem ser feitas, embora ainda seja grande, é menor que em Final Fantasy VI.

A opinião sobre qual sistema de batalha é melhor é bem relativo, particularmente, prefiro o do Chrono Trigger (talvez seja a única coisa que prefira com relação a Vossa Senhoria...), mas gosto do sistema de Final Fantasy VI, principalmente por haver um grande número de estratégias que podemos fazer. O fato de poder utilizar 4 personagens ao invés de 3 também torna a luta mais estratégica, mas nem por isso mais fácil.

Mapa

Chrono Trigger explora uma coisa interessante que é o movimento da terra durante os anos, semelhante com o ocorrido no planeta Terra, mas ainda há coisas sem explicação (alguém aí falou daquela destruição que aconteceu na Antiguidade e que não afetou o Passado e o Presente?). Chrono Trigger também não explica de forma convincente a existência do Fim dos Tempos.

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Final Fantasy VI tem uma grande diversidade de cidades e vilarejos, sem contar os estábulos de Chocobos escondidos pelo mapa principal. Em World of Ruin, trabalhou com coisas muito interessantes, principalmente a respeito da Trilha da Serpente e da separação de alguns continentes com relação aos ataques de Kefka.

O mapa de Chrono Trigger é bem menor que o de Final Fantasy VI, só pode ser considerado maior se formos juntar TODOS os mapas do jogo, mas aí juntarmos também com o mapa de World of Ruin, nem eu sei dizer qual é maior... de qualquer forma, as viagens na Blackjack e na Falcon são muito mais divertidos que as viagens na Epoch.

Magia

Final Fantasy VI explora de forma FANTÁSTICA a Magia, na verdade, o jogo praticamente gira ao redor disso, porém, os humanos não precisam NECESSARIAMENTE dela para sobreviver, apenas a querem para poder sobreviver do frio, do calor e do ataque de monstros e bestas do planeta, ou, claro, para poder ter domínio sobre o planeta e seus habitantes. Ele tem uma história incrível sobre a magia - boa parte nem ao menos é contada no jogo, se não ficaria muito extenso -, essa história pode ser lida na quarta edição da Game Sênior.

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Em Chrono Trigger, bem... Que merda é aquela de ficar dando três voltinhas no rato? Aquilo é o cúmulo do ridículo, não tem o menor nexo, com certeza, é o que mais me decepciona em Chrono Trigger: a forma como ele NÃO explorou bem a magia. Enfim, gosto é que nem bunda, cada um tem a sua.

Relação entre os personagens

Em Chrono Trigger, há um grupo de no máximo 7 pessoas, onde nem todas elas se relacionam no jogo diretamente (alguém aí falou de Robo?). As maiores relações entre personagens que temos é a "clássica" relação da protagonista com uma menina que no final termina em casamento. Também há a bonita relação de Robo com Lucca, a relação nem tão amistosa de Frog e Magus, a relação de irmãos entre Schala e Magus, entre outras, mas basicamente se resume a isso: relação de grupos isolados, formados por no máximo três pessoas, com raras exceções, como a morte de Crono, a tentativa de salvar a mãe de Lucca, entre algumas poucas outras. Confesso que talvez tenha sido um pouco mais preconceituoso neste quesito.

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Em Final Fantasy VI, percebe-se claramente a existência de motivos REAIS para derrotar Kefka (ao contrário de Chrono Trigger, que tem aquela famigerada história de "queremos salvar o mundo..."), pois houve pessoas que foram afetadas DIRETAMENTE pelo vilão (Cyan, Edgar, Terra, Celes e Locke), sem contar aqueles que foram afetados indiretamente ou estavam sendo ameaçadas, mesmo que indiretamente (Sabin, Strago, Relm e Shadow). Sem contar que em vários momentos no Airship (seja na Blackjack ou na Falcon), há uma enorme interação entre os mesmos, mas não em grupos fechados. Destaque para a relação, ainda que isolada, de Locke e Celes, que apesar de tudo, no final, NÃO terminou em casamento.

Conhecimentos e Reflexões

Em Chrono Trigger, é demonstrado conhecimentos e atitudes que nos levam a reflexões como dinâmica da terra (já dito anteriormente), conhecimento temporal (ainda que... deixa pra lá), justiça (tribunal do Castelo de Guardia, onde Chrono é condenado), união (ainda que menor do que Final Fantasy VI), honra e lealdade (Frog que o diga), que dinheiro não é tudo (Marle querendo sua liberdade), ambição dos seres humanos (ainda que MUITO menor que Final Fantasy VI), entre outros que não me lembro por hora.

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Em Final Fantasy VI, é demonstrado conhecimentos e atitudes que nos levam a reflexões como corrompimento da mente humana (Kefka principalmente... Terra, Celes e Shadow também sofreram por isso), a existência e o poder de Deus (Kefka novamente), a união (também presente em Chrono Trigger, mas muito mais presente em Final Fantasy VI, em vários momentos), senso de justiça (ainda que diferente de Chrono Trigger, pode ser visto através de General Leo), sobrevivência dos seres humanos através de suas próprias forças (vistas através das máquinas a vapor e minas de carvão exploradas em Narshe), honra e lealdade (visto através de Cyan), valorização da família (também presente em Chrono Trigger, mas visto de forma diferenciada e mais "bruta" em Final Fantasy VI através de Cyan e de Celes), mentira utilizada como estratégia (utilizada por Gestahl quando o portão dos Espers é aberto), suicídio (visto através de Celes em World of Ruin), preservação da história (no Castelo Perdido), entre outros que não me lembro por hora.

Ambos mostram conhecimentos e nos trazem reflexões muito boas, mas convenhamos, a forma como os fatos são tratados em Final Fantasy VI são muito mais fortes, vai dizer que ninguém ficou chocado com a tentativa de suicídio de Celes e com a destruição do mundo feita por Kefka?

Batalha Final

Em Chrono Trigger, a batalha final (depois de já ter destruído as duas carcaças de Lavos...) ocorre em um vórtice temporal maluco, que embora seja bastante emocionante, não é bem explicado, além do "verdadeiro" Lavos estar escondido em uma forma pequena no lado direito - garanto que muitos demoraram para sacar isso. Na batalha final, a sensação do jogador é mais ou menos a seguinte: "Finalmente vamos salvar o planeta!".

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Em Final Fantasy VI, a batalha final ocorre num cenário divino, onde mostra Kefka com todo o seu poder, onde o mesmo é colocado na posição de um Deus (Final Fantasy VI trabalha também com temas religiosos), não que seja algo como Saint Seiya, mas sim como algo que "Finalmente o desgraçado está na nossa frente, é a nossa única chance de nos vingar", em Chrono Trigger, não há motivos DIRETOS para eles terem esse pensamento. Na batalha final, a sensação do jogador é mais ou menos a seguinte: "Finalmente chegou a hora de acabar com esse filho da put* desgramado do Kekfa!!!".

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Conclusão

Quero ressaltar que gosto bastante de Chrono Trigger apesar de tudo, mas me senti na obrigação de fazer este post a fim de comparar pontos de ambos os jogos. Meu objetivo não é dizer que Final Fantasy VI é melhor que Chrono Trigger, isso não é sadio e não é do meu feitio fazer este tipo de coisa, mesmo com todos já sabendo a minha opinião a respeito. Cada um tem o gosto que quiser, mas se alguém desprezar Vossa Senhoria, eu chego na voadora e caio matando.

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Lembrando que a ideia deste texto é fazer com que o leitor reflita sobre o que foi dito, não posso obrigar ninguém a tomar posse da ideia, tentei explicar da forma mais simplificada o possível o quão a complexidade de Final Fantasy é fantástica! Só não falei da trilha sonora porque aí iria vir gente com mais de 8000 pedras na mão, pois já é de conhecimento público que acho a trilha sonora de Final Fantasy VI umas 10 vezes melhor que a de Chrono Trigger, mesmo a deste sendo muito boa.

Enfim, é isso, só espero que ninguém fique de mal de mim por causa deste texto... só não peço para não deixarem de me seguir no Twitter porque sei que isso será inevitável, mas desde o começo sabia que quando apertasse o "Publicar Postagem", teria -5 followers no Twitter em 2 dias.

Até mais,
Wolfwood